domingo, 29 de maio de 2011

O Caderno preto [Prefácio]

Os poemas que daqui seguem foram escritos nas mais diversas situações do meu cotidiano. Aulas nas quais não queria me concentrar, intervalos, momentos em que eu esperava minha namorada sair da faculdade, e até mesmo num ônibus, com grande esforço para ficarem legíveis. A maioria destes poemas foi manunscrito com garranchos quase incompreensíveis, quase com pressa. Essa é a única coisa em comum entre todos os poemas que daqui seguem. O caderno preto é típicamente um caderno cotidiano. Eu o comprei há um ano e meio, para anotar tudo o que conviesse. No inicio do caderno marquei sessões para fazer um diário. No meio do caderno reservei um amplo espaço para anotações e rascunhos da engenharia. E as ultimas páginas do caderno há uma seção para poesias.

Desde que o comprei ele faz parte de minha labuta, tanto como ser vivente, pois viver já é um trabalho exaustivo, como quanto estudante de engenharia, como quanto poeta. Ele não estava comigo em nenhum dos grandes momentos de minha vida, mas muito mais importante do que isso, estava comigo nos momentos do cotidiano. São esses os momentos que definem um homem, simplesmente porque são infinitamente mais abundantes do que os momentos especiais.

Recentemente, num momento cotidiano, sem nenhuma especialidade, e por isso de grande importância, abri o caderno e me emocionei profundamente com o que estava lá. Por isso decidi perverter a origem manuscrita, torta e cotidiana daqueles versos, e lhes peço perdão como se não fossem uma parte de mim, mas foi o desejo de compartilhá-los, mesmo que só com o abismo da minha própria solidão e talvez com Elias. Disso nasceu esta série, que publico num domingo, depois da típica ida à padaria das onze horas e antes do típico estudo de cálculo numérico de domingo.

Só posso pedir a um eventual leitor que aprecie e que, se não apreciar, não se obrigue a ler.

Nenhum comentário:

Postar um comentário