Desde que o comprei ele faz parte de minha labuta, tanto como ser vivente, pois viver já é um trabalho exaustivo, como quanto estudante de engenharia, como quanto poeta. Ele não estava comigo em nenhum dos grandes momentos de minha vida, mas muito mais importante do que isso, estava comigo nos momentos do cotidiano. São esses os momentos que definem um homem, simplesmente porque são infinitamente mais abundantes do que os momentos especiais.
Recentemente, num momento cotidiano, sem nenhuma especialidade, e por isso de grande importância, abri o caderno e me emocionei profundamente com o que estava lá. Por isso decidi perverter a origem manuscrita, torta e cotidiana daqueles versos, e lhes peço perdão como se não fossem uma parte de mim, mas foi o desejo de compartilhá-los, mesmo que só com o abismo da minha própria solidão e talvez com Elias. Disso nasceu esta série, que publico num domingo, depois da típica ida à padaria das onze horas e antes do típico estudo de cálculo numérico de domingo.
Só posso pedir a um eventual leitor que aprecie e que, se não apreciar, não se obrigue a ler.
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