domingo, 29 de maio de 2011

O caderno preto [12-34]

Napalm

Não é água nessa chuva
Desespero e alarde
Faz do inferno paraíso
Arde...

Coro de gritos
Alguns de insano pavor
Outros, ígneos, filhos bastardos do fogo
Derretem em prantos píricos de dor

Fero mar de estridência
O limite da garganta impera
A dor dá cria à aberração carbônica
Estuprada pela flamejante fera

Não há ódio, não há revanchismo
Cegos, loucos, adérmicos
Estribucham, imploram à morte
Que acabe com os tormentos térmicos

O sofrer
Faz a guerra total
Parecer
Distante e sem sal

A bênção do fim
De algo tão indizível
Lembra que a pior das chamas
É a chama invisível

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