domingo, 29 de maio de 2011

O caderno preto [3-34]

Bola oito


Eu sei que não há nesta terra
Lugar para alguém como eu
Que amor demais no peito encerra
Que nem os de infância perdeu
Eu sei que não vou encontrar
Alguém que me aceite assim
Me ame muito sem conversar
Que se baste a gostar de mim

Ó bola oito
Ó bola oito
Há alguma afoita para um afoito?

Ó que azar
Zebra sem par
Nem os que querem só vir e passar

Eu sei que o amor desesperado
Nunca vai conquistar ninguém
E que meu linguajar pesado
Não lhe diz que lhe quero bem
Eu sei que é com cordialidade
E até um pouco de zombaria
Que se conquista de verdade
Até sei que conseguiria

Mas não posso evitar dizer
Que quero lhe fazer feliz
Que mesmo sem lhe conhecer
Seu bem foi o que eu sempre quis
O amor que transborda do peito
Lhe é histeria, é loucura
Não consigo, não tomo jeito
Nunca estai à sua altura

Ó bola oito
Ó bola oito
Há alguma afoita para um afoito?

Ó que azar
Zebra sem par
Meu altruísmo lhe impede de me amar

Nenhum comentário:

Postar um comentário