domingo, 29 de maio de 2011

O caderno preto [4-34]

Confinamente

Formiga e vai
Neutro como tofu
Meu corpo se esquece de si
Tetraplegiza-se intermitentemente
E some, sobra só a mente
Bebo meu sangue
Placebo divino
Me digo digno
Devoro recompensas
Feitas de pensamento-confete
Por um merecido
Trabalho-confete
Até que o farol abre
E o sistema de segurança
Dispensa toda a felicidade do mundo
Me alavanca de volta
E eu acelero como quem ainda tem esperança

Nenhum comentário:

Postar um comentário