domingo, 29 de maio de 2011

O caderno preto [23-34]

A Arte nasce da fome
Quando o estômago entope de vazio
Num lapso de Nada
Ferve o corpo mais frio
Imagens voam na mente
Como um veloz slideshow
A fome de qualquer coisa
Uma palavra que ninguém falou
Uma imagem que ninguém pensou
E tudo parece limitado
Da originalidade restou
Um flagelo tão impensado
Que quase impensável se tornou
E o estômago clama
Por pauta ou tela ou palco ou argila
De original não mais se chama
Nem o que a realidade mutila
O que restou para falar?
Como se adiantasse, vou dizer
Que o jeito é papagaiar
Que a ouvir ainda temos de aprender

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