domingo, 29 de maio de 2011

O caderno preto [15-34]

Ideal

Lábios no vazio
Sonho em sono morto
Subo um fino fio
Até eles, absorto

Treme, quase parte
Fio feito de nada
Milagres da arte
Os lábios da amada

Outra perspectiva
Senão de beijá-la
A alma não cultiva
E o corpo, então, escala

Pulso de noção
O corpo congela
Fio firme na mão
Fita a boca bela

Percebe e entende
A distância é vasta
Quanto mais se estende
Mais dela se afasta

Mortal ilusão!
Já sei, eu te vejo!
A obsessão
Afasta o desejo

Os olhos cerrados
Em sonho profundo
Com força empurrados
De volta no mundo

Nenhum comentário:

Postar um comentário