Fora o estresse e uma angústia mórbida que tenta se esconder sobre uma fina capa de conformismo, ando muito ligado à música (quer dizer, mais do que o comum). Eu sou eclético. Mas eclético mesmo. A maioria das pessoas que se dizem ecléticas simplesmente gostam de todo tipo de música mais conhecida e atual. Poucos pesquisam variedades remotas e pitorescas de música. Poucos tem dois Álbuns de música Andina, e ouvem com frequencia. Poucos ouvem música erudita mais do que muito eventualmente, poucos se interessariam por uma banda de Dance-Polka polonesa chamada Siklawa quando por acaso a visse na internet. Mas eu sou assim: tem ritmo, eu gosto pelo menos um pouco. É claro que há um lugar muito especial no meu coração para algumas musicas excelentes. O poema abaixo fala de som, do mundo subatômico e de uma bela floresta ao mesmo tempo, porque para mim os três têm algo muito forte em comum: um caos total que apenas esconde, e esconde muito bem, uma ordem perfeita.
O Som da selva
Quando os quarks quarkearam
Quiseram quebrar a quietidão
No cosmo cavaram, criaram
A extensa selva, imensidão
A selva silva seu som
Num cacarejante cântico
Lâmina prata de som
Atravessa o vácuo quântico
Vozes de veludo
Vazando nos vitrais
Vidro violeta
Cravado de cristais
E a selva assegura
Assessora, açougueira
Assovia bela, pura
O som azul da ribeira
Se a sinfonia silenciar
Se desfaçará em areia
Querendo o coro quebrar
Cada quark desquarkeia
Tantas coisas na natureza são assim: parecem o absoluto Caos estatístico, mas tudo o que acontece nelas é programado, planejado e cuidadosamente medido pelas Leis Naturais.
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