Sim, des-desfazendo meu discurso anterior, decidi deixar crescer o cabelo até os ombros. A isso me inspirou meu tio César. Conta ele, mostrando o RG, que um bigode como o dele era mal visto. Todos lhe diziam para tirá-lo, mas ele decidiu que não ficaria bonito se não usasse o estilo que gosta. Eu posso não ser muito bonito, mas fingindo um estilo que não é o meu, eu ficaria muito mais feio, isso eu garanto. Decidi que me importo sim com a minha própria aparência, mas eu me importo com o que eu mesmo acho dela, e não os outros. Dessa maneira, eu posso ligar para a aparência sem ligar para o que os outros pensam. Nesse sentido, a palavra "aparência" descreve mal a idéia. Talvez eu deva dizer "estilo físico" ou algo assim, mas prefiro simplificar. Há mais de um ano escrevi este poema:
Cabelo
A fera, fúria desfiada
Armada, acordada
Cortada, arrancada
Quasimoda amada
Medúsica fração de história
Nosso pelo darwiniano
Serpente que sorve mória
Chupa nosso ser mundano
Morto-vivo ícone de beleza
Mar de fios
Ouro, madeira, solo, rubi, opala
Serpente louca, balança, estala
Chove imóvel, superior a nós
Para si ta obrigatório atroz
Devora-me em tua imensidão
Que és zumbi, e eu podridão
Homens de cabelo comprido do mundo, uni-vos!
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