segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Desafios politécnicos

Amanhã tenho prova de mecânica. É a matéria na qual preciso mesmo ir bem, e muito. Não pude deixar de extravasar aqui meu nervosismo, o que me faz melhor do que estudar, até certo ponto.
O poema que deixo aqui, depois de alguma pesquisa entre minhas antiguidades, foi escrito no ano passado, e é um surto de voracidade e ódio que me causou a memória de Camila, a odiada. De fato, essa menina inspirou boa parte de meus mais sanguinários e odiosos poemas. Mostrei para meu professor de literatura do cursinho, e ele me pediu para ler em voz alta para as cento e cinqüenta pessoas na classe. De fato me orgulho muito dessa produção estruturalmente perfeita, e conceitualmente idêntica aos meus sentimentos.



Peito aberto

Meus olhos quietos vomitam segredos
Únicos que sabem o que eu penso
Não se percebe, por dentro estou tenso
De resto o corpo opera sem medos

Minha mão dura segura um facão
Por dentro chora por fora mutila
Tripas irrompem, o sangue rutila
Ganem entranhas e banhas no chão

A obra acabada, a morta amada
Algo preservei enquanto feria
Apenas a face jaz intocada

Beijo-lhe a face de sangue encharcada
Não me arrependo, é o que ela queria
Disse antes morta do que namorada


    Me sinto melhor. Agora é tirar o sangue do ombro e a Camila da cabeça, pois Mecânica A me aguarda e um 7 ou 8 cairia muito bem.

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