terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ouviu a boa nova sobre a poesia? Ela é um marisco.

Arisco

A poesia é um marisco!
Alusão difícil de tragar
Em tres partes simbióticas
unidas definido

O substrato
Rocha nua, científica
A vida ocasional do poema
é um respiro
no infinitóide ignéico
a pedra não é arte
a pedra não tem arte
a pedra arde
arfa, da parte
fio d'agua nutrida
visível apenas ao olho da carne

a concha
é meia coisa
que a meia concha
espelha a pedra
não farsa, paródia
em sua veia dura
estática, inerrática
cartesiana
não é antiga
não é ígnea
não subsiste
guarda
em seu cerne
a carne

carne fluída
fraca, hídrica
sobre o fosso de uma podridão mortal
válvula viva
soluçante
sinfona
sifona
a fome
suga o substrato
e subtrai-se
ao eterno ventre
eterno feto
que em anti-seta cronopórtica
devolve rocha a lava
concha a carne
homem a feto
e vive
simples, sombria
a alma de carne
que há na poesia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário