segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

De um poeta que odeia as palavras

Ideal

A verdade
É que o poeta despreza as palavras
Não as suporta, não as entende
A elas
Não se basta

O poema ama as idéias
Pentaconfluências de sentidos
Sensações
Aquilo
Isto
Aqui

Mas como dar vida à idéia
A ideia calada é a idéia morta
A idéia vive
Terminal
Em consante hemodiálise de expressão

E é aí que o poeta
Que odeia as palavras, por serem vazias de idéias
Não tem escolha
Senão palavrear
Viver a idéia poética
Que não vive em silêncio
Nem está nas palavras
Mas come o vazio de ser citada
Sub-citada, mal referenciada
Nos versos tortos de um desejo de partilha

E a idéia poética nunca deixa a mente
Nunca parte a parte alguma
E o leitor, ah, o leitor!
Deve estar alimentando sua própria idéia

Mas nunca terá a minha
Que as idéias não se entendem
Mas ainda assim
Conversam











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