domingo, 6 de janeiro de 2013

Me explico, novamente.


Iermanjá

Que a linha-fome se solda lasciva
Sobre si mesma em arco crescente
Meu pai estômago, a aura viva
Deste amor sacro e concupiscente

Os amores, sei os belos
Os futuros, sei os fartos
E não sei os por seios

No deserto de um herege casto
A bica láctea tangerá
Na areia mar, litoral vasto
Pelo perdão de Iermanjá

Certa vez eu disse
"Prefiro lamber o chão
Do que morrer de fome de sexo"

Pois é mais doce o chão que a ceia
Lembrai da gordura entre as carnes santas
Que Jesus, ao partir
Partiu a comida
E comeu
O mais grunho e feroz ato
De demolir matéria
Sugar o mundo, parasitar
É também de Deus
É também meu
Picar flor, gregorianamente

A prima voz do senhor
Também foi

"Frutificai
e multiplicai-vos"

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