quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A uma grande amiga. Grande, e em expansão.

Irradiante

De um incêndio voraz
Na tampa da vida
Não perturba a paz
Mas a faz garrida

Do vermelho o gosto
Que o verde corrói
Lhe é na roda oposto
É a cor que destrói

Chora e cora a mata
Serpenteando agônica
Estala a chibata
Crepitação sônica

Uma cinza filha
De um casal maldito
Fino plano de ilha
Paira no infinito

E quer arder, fogo
Olhos no horizonte
Onde arder é jogo
Sem verde que afronte

Demônio amazônico
Num verde de alma
Mas pouco e lacônico
Onde anjos tem calma

Em pírico enlaço
Com tua mãe bucólica
De parar o espaço
A arte simbólica

Teu pai é o arder
O fio da mudança
Não só por lazer
Por aventurança

No silêncio escuta
O anseio impassível
Do incêndio que luta
Por mais combustível

Te amam, te odeiam
O fogo que teima
Os juizos permeiam
"Me aquece! Me queima!"

O fogo vital
Não é a se julgar
Por bem ou por mal
Deverá queimar

E queima na pira
A boa, a má
Que beije, que fira
Que arda, Hannah!

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