terça-feira, 6 de setembro de 2011

à bailarina ferida, Nadia Kafka

Extrasístole

A bela bailarina, amada dançarina
Segue com precisão o tempo do coração
Mas é de sua sina, ah, da pobre menina
De ter uma omissão na bela percussão

Como som de rotina, metrada, divina
Como numa explosão, perde se de seu chão
Surpresa repentina, a sua alma desafina
E bate em frouxidão, falha de condução

E toca o som dramático de não seguir
Sequer seus próprios passos, compassos enfim
E toca a arritmia da alma partir

Mas por trás dessa falha em tão puro rubi
A mais bela atitude tu tens, e assim
Por trás de toda a falha, sincera, sorri

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