segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Violências de novembro [2-2]

Molde

A barreira mais difícil de se quebrar
Não é a barreira que barra
É a que deixa passar

Não é a defesa violenta
Não a que impede o mal de entrar
Em toca de raposa coelho não entra
A barreira que vale construir
É a que assovia e conforta
Convence o bem a não sair

A barreira de madeira
O fogo pode queimar
Basta que uma tocha queira

A de aço está sozinha
E com mil milênios químicos
Se desfaz, definha

A de amor é forte
Mas precisa de sangue
Sucumbe à morte

A de dor é boa
Mas quer fugir
Não fica a toa

Toda barreira
Se um inimigo encontrar
Se perderá inteira

Tudo o que é indissoluto
Único, fixo
Terá fixo seu fim absoluto

A barreira mais difícil de se quebrar
Pense bem, porque é surpresa
Ela é feita de ar!


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