Cadáveres
Paredes de argamassa de pele escura
Necrose mefítica sorvendo o ar fétido
Vapor condensando-se sobre uma panela
A cozer-se no fogo de uma caveira
Vidro quebrado
Ruínas
Olhos furiosos
Carniça
Molhada de molho sangue
Paredes de argamassa de pele escura
Necrose mefítica sorvendo o ar fétido
Vapor condensando-se sobre uma panela
A cozer-se no fogo de uma caveira
Vidro quebrado
Ruínas
Olhos furiosos
Carniça
Molhada de molho sangue
No banquete do inevitável
O sabor necrofítico
Da carne-lepra moída
Esfregada no rosto frio
E o cálice do sangue de cristo
Hoje dá suco de bolor
O sabor necrofítico
Da carne-lepra moída
Esfregada no rosto frio
E o cálice do sangue de cristo
Hoje dá suco de bolor
O mundo cheira
Rostos paralisados
Num medo eterno
Pânico de morte
Derretendo com o chacoalhar do caldeirão
Onde condensa o olhar
Dos cães famintos
Sarnentos
Sarnas acaninadas
Doença somos nós
A enfermidade é que vive
Pão vivo
Carne e sangue
Vinho tinto de graxa
Capas de gordura saponificando
À cinza de um tempo que parou
Treva vermelha
Bocas esganiçadas
Lambendo os beiços
Pelo putrefo estigma
Num medo eterno
Pânico de morte
Derretendo com o chacoalhar do caldeirão
Onde condensa o olhar
Dos cães famintos
Sarnentos
Sarnas acaninadas
Doença somos nós
A enfermidade é que vive
Pão vivo
Carne e sangue
Vinho tinto de graxa
Capas de gordura saponificando
À cinza de um tempo que parou
Treva vermelha
Bocas esganiçadas
Lambendo os beiços
Pelo putrefo estigma
Esperando o banquete do existir
Adiado para o fim da eternidade
Servirá um universo podre
Desfalecido de podre
Ao não-mais-haver
Monstro faminto por tudo
E por nada
Nada que haverá
E que há
Adiado para o fim da eternidade
Servirá um universo podre
Desfalecido de podre
Ao não-mais-haver
Monstro faminto por tudo
E por nada
Nada que haverá
E que há
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