quarta-feira, 23 de maio de 2012

Três semanas. Dor.


Turmarina

Dois olhos brancos na noite escura
Nua, pura, quieta
Canta a flauta
Assovia viva
Me via vivo

Paz

E eu, culpado
Fera corrupta
Manchada de esperma e lagrima
Mefistofélico
Rico de alma pobre
Envenenado pelo níquel centávico
De moedas sinérgides
Roupado
Em ternos não ternos
Camisas de força
Calças falsas
Ressintos
Apertado ao último botão
Sufocantemente eu mesmo

Duas jóias meteóricas na noite escura
Interessadas, intrigadas, impressionadas
Estoura o violoncelo
Faz a cama rude
Fiz o que pude

Ai...

Rasgo-me
Rasgo-me nu
Das roupas que te emprenharam
A gestar olhos cheios
De um amor sem casaca
Rasgo-me do que disse
Do que fiz e vi
Rasgo-me de alguém
Que me tornei por você
Ternos frangalhos
Camisas fiapos
Calças farrapos
Assinto
Nu

Duas vívidas turmalinas no escuro do ser
Estáticas, extáticas, erráticas
Pontua o violino
Marina, poetiza
Marina poetisa

Nós


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