quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ao mais fraco, logo mais amor.

Angor

Eu não amo você
Pelos tempos passando!
Pela mente gravítica
E essas tripas dançando!

Eu não amo você
Amar amo meus pais
O tempo só matura
O que o deixa em paz

Eu não amo você
As palavras trocadas
Em gravidade zero
Dançam quase intocadas

O amor é um laço transetéreo
Que quanto mais é revelado
Mais se transforma em um mistério

Se eu amo você
Quem sou eu, quem és tu?
Por que logo a te ver
Devo o amor comer cru?

Se eu amo você
Como é que se ama
Quem em vidas não inflamou
Quanto hoje tu me inflama

Se eu amo você
Quem você então seria
Tão pouco que foi dito
És só concha vazia

O amor é do tempo o inverso
Mais duro é um quilo maciço
Que o pó todo deste universo

Se não amo você
No meu amor não entre!
Mentiras que me conto
O que grita meu ventre

Se não amo você
Pelo tempo passado
Como ama-se o bebê
Que nasceu maturado?

Se não amo você
Quem amaria então?
Um silêncio em princípio
Vazio de vida, vão?

O amor é uma concha vazia
Mais amor finda a ser a concha
Que bebe o vácuo e se inebria

Sim eu amo você
Por tudo o que já amei!
O que se desgraçou
E o que vive por lei!

Sim eu amo você
Que o mundo já pulsou
Que em quarenta bilhênios
Este amor maturou

Sim eu amo você
Que a voz é mentira
Mesmo se diz "amor"
Só o amar amor vira


Minha testemunha seja Baco
Amar Hefesto e amar Ares...
O amor só existe quando é fraco

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