quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tributo a Claude Debussy

Prelúdio á tarde de um erudito

Eu quero uma casa de pinho
Quase longe, mas nem tanto
Regada de um aromático vento frio
Quero um lustro no chão
Estantes de mogno
De volumes não lidos
Os lidos que fiquem numa mnemônica caixa
Sob o canapé
Olavo, o ourives
Fernando e suas Pessoas
Meu Pai, Bandeira
Augusto, dos Demônios
e tantos outros, que na poesia
a fama é um detalhe de conveniência
caixas acústicas, se sentindo sortudas
por poderem recitar Debussy,
Chopin nas noites frias de lareira marmórea
Vivaldi só na mais excessivamente lúcida manhã
Beethoven quando insultadas
E Rossini, se faltar inspiração
Quero um robe vermelho
Um copo de conhaque
Só o que eu queria, enfim,
É que o Amor desse mais lugar à Poesia

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