segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Poemas feitos num carro escaldante numa madrugada de Jazz (1-2)



Tântalo do amor



Sou eterno amante
Sou, eternamente
Amo o que está adiante
Só por estar em frente

Em um calabouço
Deus Amor me traz
A razão não ouço
Sou fera voraz

O amor que me come
A amada vê inteiro
A assusta minha fome
Me deixa solteiro

O amor me fez Tântalo
Vejo o desejado
Mas minha mão espânta-lo
E eterno é tal fado

Sisificamente
Me iludo, porém
E amo na mente
O que a alma não tem

Mesmo ela vazia
Eu nunca percebo
Que o que me sacia
É mero placebo

Covarde minhoca
Assim, cego sigo
Até que minha toca
Se torne jazigo

Um comentário:

  1. cara***. merecia mas não falo o palavrão.

    fantástico seu ritmo poético, físico e mítico. a mitologia grega é tão lírica quanto a imoralidade dos seus deuses - e tão metaforicamente possível quanto seus castigados Tântalo e Sísifo.

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