terça-feira, 18 de janeiro de 2011

De um excesso mais que comum


Auto-imune

Desde os tempos em que eu era menino
Ouvia, não do pai, da televisão
Não contos de bruxa e bicho papão
Mas de ladrão, estuprador, assassino

Bola-tatu, hoje esbanjo a fartura
Em segurá-la, paradoxalmente
Meu temor confirmado, de repente
Eis que percebo ao abrir a fatura

Me roubou meu condomínio fechado
Me assaltou meu grande carro blindado
Me furtou meu existir segurado

Me estuprou meu droguismo hipocondríaco
E antes de ver que era eu o maníaco
Me assassinou meu estresse cardíaco

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