O primeiro poema que disponibilizo é um dos mais antigos poemas meus. Feito quase automaticamente numa madrugada sem sono, com uma forte composição estrutural e um sentido obscuro, embora um tanto vago, é, proporcionalmente à maturidade lírica que eu tinha quando fiz, uma verdadeira Capela Sistina.
Lava as línguas e lábios da libido
Limpa o lírico lodo da leitura
Um longo, largo, límpido lamento
Lá onde laboram as larvas da loucura
Um lapso, um lento limbo, um logro lúgubre
Lúcido, ilustre lustre, lume da loucura
Onde leva o lado livre do luxo?
Labirintos? Linhas? Laços? Lutas?
Um lindo luar? Um lutulento luar?
O luto do lúrido lúcifer? Loucura!
Um lapso, um lento limbo, um logro lúgubre
Lúcido, ilustre lustre, lume da loucura.
Não quis intitulá-lo, e não consegui enquadrar um título postumamente. O poema pertence à minha fase "Nosphoros", que denuncia as pragas da mente humana.
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