É claro que a própria perfeição é relativa ao pensamento do individuo, e como este muda, o ideal pode (embora não seja desejável) mudar. Por outro lado, enquanto tendemos à perfeição, não conseguimos ir diretamente contra ela o tempo todo. Qualquer mudança que um individuo impõe sobre si está sujeita à descompensação, a tentativa, por parte da psique humana, de retornar ao costume. O estado de descompensação também não é muito agradável, pois a ambição humana também se desconforta com o afastamento do ideal. Assim, ela provoca uma força de compensação. Assim voltamos ao inicio do Loop, e o costume volta a nos puxar.
Na Poli, estou estudando a dinâmica do movimento harmônico (o vai e vem, a senóide, o zigue-zague). É assim que funciona uma função trigonométrica, um movimento circular ou espiralado, e muitas outras coisas na natureza. Um constante vai e vem. As vezes ele tende mais a um lado, mas sempre há alguma descompensação para cada compensação. Mudar qualquer coisa envolve fazer com que a compensação seja produtiva e pouco forçosa, e a descompensação curta e bem aproveitada.
Estou emagrecendo, estudando mais, tentando cuidar do meio ambiente e forjar uma amizade apesar de minhas dificuldades com relacionamento. O que mais me estimula não é a ambição, mas o ódio ao costume e às coisas como são.
Escrevi o poema a seguir num momento de grande raiva com o costume, quando percebi que estava me acostumando com a visão da minha namorada nua, algo que, felizmente, consegui evitar.
Loop
Silêncio
Som morto
A nudez da manhã
O costume, a visão
Revisão retórica
Muda dialética sofística
E o olhar
O olhar de quem não diz nada
Por saber demais do que se trata
Toda manhã é manhã
Toda nudez é nudez
Todo som é som
O costume é.
Apesar desse poema fase Nosphoros, o amor perdura e se eterniza em sua constante renovação. Quando lutar por um ideal, leitor, esteja pronto para a descompensação, mas nunca limitado a ela, descanse hoje com gana de batalhar amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário