Concretizado
Odores verdes à noite esburacada
Lixo muros de madeira
Vista furada de furos coloridos
Imponderabilidade maldita
Do chão brota cinza cilindro
De semente de pura alvenaria
E dá frutos que são seres
E eu ia dizer humanos!
Alvenaria toxica
Contaminou de verdades o universo
Verdades... Pedras em minhas galochas de vidro
Meu terno malhado meu colete vômito
Minha gargantilha diamantina
O mundo me pegou de cuecas de bolinha
E tenho que dançar
Para fingir que é isso que faço
Que acredito em fazer que acredito em acreditar
E quando menos percebo
Minha calça também é alvenaria
Não sei quanto a você, mas fiquei impressionado com a criatividade do meu id; a imagem de prédios brotando do chão como se fossem árvores me marca até hoje. Eu quase sempre dou título a um poema só depois de terminá-lo, e nesse caso seria impossível fazer o contrário, pois eu não sabia mesmo o que ia escrever. Recomendo ao leitor, mesmo que não tenha qualquer prática com a escrita ou a poesia, que medite sobre um assunto por alguns segundos e depois simplesmente escreva, sem reprimir idéias ou se assustar com incoerências. É impressionante como temos idéias interessantes mantidas em um cofre muito especial, do qual a consciência não sabe a combinação.