Três perfeições
A voz de um acre vazio de deserto
Chão, céu e ar, sussurrando em enlaço
Três bons irmãos sem nada mais por perto
Alem de mim, ponto vazio no espaço
Minha presença, quase voyeurística
Não faz mudar nada a conversação
A expressão de sensação artística
Que tinham o ar, o céu e o chão
Qual dois amores e um amor comum
Nus e deitados na cósmica cama
Falam olhares, sem ruído algum
Nus e deitados na cósmica cama
Falam olhares, sem ruído algum
Cada qual sobre como a vida ama
Abro minha boca, mas a cubro logo
Falo, sereno, o silêncio idioma
Falo, sereno, o silêncio idioma
Por um abraço entre eles eu rogo
E logo meu corpo aos deles se soma
Primeiro a terra me faz suas carícias
Bruta e escura, corajosa e forte
Faz na humildade das dores delícias
Ri otimista da sua certa morte
Depois eu beijo os olhares do ar
Fita a existência qual tela vazia
Deixa a divina inspiração cantar
Criatividade em sua teogonia
Por fim então o Empíreo me enlaça
Ao transcender da onipatia dá pé
Onde qualquer caminho que se traça
É o todo nada do universo: é
Primeiro a terra me faz suas carícias
Bruta e escura, corajosa e forte
Faz na humildade das dores delícias
Ri otimista da sua certa morte
Depois eu beijo os olhares do ar
Fita a existência qual tela vazia
Deixa a divina inspiração cantar
Criatividade em sua teogonia
Por fim então o Empíreo me enlaça
Ao transcender da onipatia dá pé
Onde qualquer caminho que se traça
É o todo nada do universo: é
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