Comédia
Ó Dante, irmão!
Como ti, os vi, os mortos!
Ai, meu coração!
Virgílio foi teu
Como ti, os vi, os mortos!
Ai, meu coração!
Virgílio foi teu
Guia nos caminhos tortos
E fostes o meu
Levou-me ao profundo
Ver almas de pecadores
No abismo do mundo
Nós vimos então
Penas de indizíveis dores
Sobre gerião
Chorei na Judeca
Chorei na Judeca
E mestre, me reprimiste
Chorar por quem peca
Então desçubimos
Pelos pelos do rei triste
Pelos pelos do rei triste
E de lá saímos
Subimos montanha
Subimos montanha
Onde os que purga pediram
Recebem por manha
Ouvimos corais
Dos gratos que não caíram
E felizes ais
Vi invejosos cegos
Glutões, tântalos famintos
E os de inflados egos
Nos jardins do Éden
Infindos frutos distintos
À morte não cedem
E eis que, mestre Dante
Deixa-me aos cuidados Dela
Dama rutilante
Nadia é seu nome
Leva-me ao céu em luz bela
Logo a terra some
Por áureos espaços
Cantos de verdade vi
De almas em enlaços
Aos olhos mortais
Por bem, amor, não sorri
Cantos de verdade vi
De almas em enlaços
Aos olhos mortais
Por bem, amor, não sorri
O brilho é demais
Logo eu, pré-funéreo
E os julgáveis olhos meus
Contemplam o etéreo
Mais alto possível
Me afaga a imagem de Deus
O resto é indizível
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