domingo, 30 de outubro de 2011

Antítese de dois efeitos psicológicos

A coisa mais fluída do mundo é a imaginação
A coisa mais viscosa do mundo é o tempo
Não é a toa que a imaginação se perde no tempo
E o tempo não se acha na imaginação

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

À jóia de minhas tardes tristes

Brúnica

Bruna, meu amor
Não entendo o mundo
Por precisar de amizade

Por não querer a dor
Ou um amargor profundo
E evitar a saudade

Eu não entendo quem
Tem medo da solidão
E que, quando te vê

Não deixa de ter o que tem
Não deixa o resto no chão
Para só querer amar você

domingo, 23 de outubro de 2011

Ecos de 1922 [2-2]

 Reprodução


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sábado, 22 de outubro de 2011

ecos de 1922 [1-2]

Arte moderna
Ar te moderna
A te modernar

A moderno tear
Te moderna o ar
Ao modernar-te

Mar te moderna
Marte moderna
Tem ar moderna

seta modernar
artes moderna
arte modernas

te era moderna
e arte moderna
e arte moderne

a ar te moderna
a arte moderna
arte amoderna

a esmo arte moderna

domingo, 16 de outubro de 2011

O sentido da vida.

Ser

Vejo minha vida
Como que numa caverna
Perdoe-me Platão
Mas não há uma área externa

Todo dia que vem
Passo o dia a escavar
O buraco que é
A caverna a alargar

Quando eu me canso
De cavar como uma lesma
A caverna, à noite
Desaba sobre si mesma

Todo dia que há
Eu só cavo, sem cessar
E até percebo
Que é sempre o mesmo lugar

Sombra de si mesma
A vida não tem sentido
O que faz-se em dia
Vê-se a noite destruido

A vida é Penélope
E a morte sua pretendente
Mas sua esperança
Odisseu, morreu doente

Tomados uns dias
Para fitar o vazio
Cansaço esvair
Aos poucos me alivio

Com súbito espanto
Me giro adentro de mim
Vejo, boquiaberto
Espaço branco sem fim

Em vez de cavar
Em falso em rocha divina
Projeto, desenho
E crio vida genuína

Bilhões de Universos
Onde um segundo é uma era
A felicidade
Que se queira ter, impera

Mundos de cristal
Tempo e amor infinitos
Mundos de papel
Com pensamentos transcritos

Parques e florestas
Infindos seres e plantas
Civilizações
Suas meretrizes e santas

Porque então dizer
Que a vida não tem propósito
Se dentro de mim
Há um infinito depósito?


Em vez de cavar
Dentro de um nada sem fundo
Faço-me meu tudo
Sou o Deus de meu próprio mundo



A Anaïs


    Não vou suprimir, desta vez, o nome da amada. Não quero mais esconder isso. Não acho que ela vai ler isto, mas se ler, não vou ficar com medinho da verdade. Eu amo Anaïs fernandes. Que seja eterno enquanto dure!


Órbita

Sem pressão
Num frescor condicionado
Leve, imponderável

Eu orbito um olho

O olho de Anaïs
E eu sou uma boca
Com pressa para se derramar
Atirando minha vida
Na esperança de que minha força
A leve até o olho
E mais do que vista, seja sentida

Não pensei em amor ou amizade
Não em distinguí-los
Apenas em ser mais do que eu
Ser Anaïs
Bater com seu peito
Viajar em suas sinapses
E me deixar levar
Leve, imponderável
Com seu sangue vivo

Não seja ingratidão
Pelo quanto me olhou, amada
Pelo quanto ouviu
Pelo que não ficou calada

Mas meu coração
Queria ser o seu

Anaïs
Deusa do amor
Você não me tem
Mas eu sou tido por você
Por maior que seja a distância
Eu orbito você
Lenta e prazerosamente

E, se um dia você chorar
Só espero estar
Perto o suficiente

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mais um engasgo poético, para quem não cansou.

Espasmo de desejo sexual causado pela imagem da amada tendo sexo com um amigo

Escravopreso
Presocionado
Cravado, incrustado
Num bloco de pele
Pele viva, móvel
De algo, de alguém
De um pedaço de mulher
Terracotas de quatro
Óleo sobre a tela do não ser

Prefiro lamber o chão
Do que morrer de fome de sexo

Palavras engolidas.




Poetry eater
Poet eat
Poet
Pot
O

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um livro aberto

"Eu sou um livro aberto. Cabe a quem me lê escolher os capítulos que quer ler."



Visível

Todos tem medo de se expor
Eu tenho só de me esconder
Queria escritas no meu rosto
As bizarrias do meu ser

Eu prefiro de mil pessoas
Discretas e boas ser privado
Para evitar a companhia
De um só infeliz discreto e errado

E mais do que isso, não sequer
Ter minha própria companhia
Só eu sei o que minha alma quer

Já estava bom, sem nem sequer
O que eu não sabia que teria
Uma exposta e boa mulher

domingo, 2 de outubro de 2011

Votos de aniversário, na visão de um Engenheiro-poeta

Fiz este poema há uns dois minutos (levei uns três), para minha amiga Arianne, mas ele expressa, de modo bem geral, minha opinião sobre votos (Feliz [insira data comemorativa aqui]!) 


Feliz aniversário!


Desejar, eu desejo felicidades
Desejar, eu desejo muito amor
Desejar, eu desejo saúde
E que te deixe toda a dor


Desejar, eu desejo as montanhas
Desejo um Dalai Lama de paz
Desejo o trono de Deus, o bem de mil homens
Prazer, alegria, amizade e tudo o mais


Agora, para mim, o que mais vale
É ser eu mesmo a arma contra o mal
É ficar ao seu lado neste ano
E tornar o supra-escrito real