sábado, 31 de agosto de 2013

Mais nojo

Eu sou proibido!

A areia corre
Nos leitos rasos da clepsidra
Aguda e anidra

Meu relógio
É um liquidificador de lama
Meus pés pútridos
Minha auromática de azedo fétido
É proibida nos carpetes e nas engrenagens
Em castelos industriais
Em rugosas pastagens

O mundo não me tem
Mas pelo mundo sou tido

Pois meu certo não é o bem
E eu sou proibido

Eca...



Sabia que a gosma
A caca, a pasta
Viscopegajosa
Não é compreendida pela ciência?

Na matéria e na energia nos doutoramos
Nessa caca de partícula-onda chafurdamos
Mas, mingau de aveia...

A lama é mais complexa do que a equação de Shröedinger
Porque a lama não é sólida nem fluída
Ela é a memória reologicamente sol-gélica

De que nada é sólido
E nada é fluído

Hmmm...



Meu amigo
Não leve a grosseria
Não sou o arquiteto mais paciente de Babel

É esse meu juizo
Caracoleônico

Não é que seja papo de Cachorro e Baleia
Gregos e troianos
Ou ingleses e utopanos

É que,

[E veja-me Karamazovicamente inocente aqui]

Entra por um olvido
E sai por outro.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sonho de vidro



Som
Vazio
Que vem
Sem pio
E vai
Sem dizer
O porquê
De ser

Vidro

Não pude tocar sua alma-flor
Não pude regá-la de água-amor
Falhei em dobrar-me sobre ti
Falhei em dobrar-me e te dizer

Não se quebre ainda...

Ácidos ponteiros-emoção
Derretendo o tempo-negação
Te esperei num sonho de aço mas só te vi através do
Vidro

Onde está o som?
Com a pressa de um cardíaco tentei
Juntar cacos de amor da forma que sei
Mas se foi em estridente semitom

Onde está o vazio?
De seu tempo caro para me acolher
De sua vítrea perfeição para me viver
É ambicioso te querer
Viu...

Outros tempos tempos e aços lhe virão
Haverão mais cacos em meu chão
Ah, me esqueça e deixe-me em sonho
Revejo-te em vidro
A