terça-feira, 25 de setembro de 2012

Reflexões de arte e des-arte


Descria

No negativo do descome
De qualquer coisa negação
Num falso luto pela fome
Morta de procastinação

Na cor escura e ebulinte
Do cabo podre de uma enxada
Reluz, repleto de requinte
O ofício de não fazer nada

E doura à luz de um candeeiro
Dialética 'armas e varão'
Um grande épico que, inteiro
Não vale uma masturbação

Comendo crua farinha de arte
De um resto plástico de afresco
Só defendendo o oco do 'amar-te'
Com um rol de preformas grotesco

Retendo o enredo redundante
Das vocalísticas dialéticas
Revolve e volve, segue avante
No elogio das amebas éticas

Zunzuns zunidos relembrados
No ciclo da motivação
Que o instrumentista regurgita
Na boca da outra geração

Férreo ferrão que jaz oculto
Numa almofada de onirismo
Transforma o repouso do estulto
Na magna obra do Dadaísmo

No positivo de comer
Vive a existência do mentir
O paradigma do viver
O enigma do não existir

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

C-T-G-A


Da Natureza do Amor

Nascem linhas frágeis e coloridas
Na alma identitária e bicordial
E o amor à mil vezes vivida vida
Muta-se em eterno amplexo espiral

Por trás dessa lírica de Monet
Criptográfico e em nada Monista
A Arca de Noé que o olho não vê
Pedra de Roseta que escapa à vista

Quem diria que no menor pedaço
O livro sagrado da vida está
Capaz de refazer todo esse espaço

E cada parte é o todo que em nós há
Que o amor do Universo vive num laço
Que se escreve com C, T, G e A