Em todo
Amor, que não hesita em mim, amor!
Como te faço inteiro, dor por dor?
Na dança fibonáccica do objeto
Que alvoreceu dinâmica em teu feto
No amor de uma lasca de filme antigo
Na boca o gosto de um passado amigo
No espelhar crônico da chama ardente
Sem combustível e sem comburente
No mar inefluível dos cabelos
Sem dique que, largo, possa detê-los.
Na altura de uma gota de algodão
Dançando leve, dente-de-leão
Amor, que se-absorve-me, amor!
Quem dera derreter em sonho e cor!
Comer, abocanhando de lambida
Toda a carne amorosa de uma vida
Entregar esta jóia à antiga arcádia
O bucolismo urbano em nome Nádia
A erudição de pensar ver cair
Aos pés da tua erudição de sentir
Na vulcã rocha fincar esta seta
Que a defletiria sua alma asceta
Me efervescer no atol de seu sorriso
Morrer azul no mar de um rol de riso
Amor, que faz do aio rei, amor!
Fui eu que lhe criei, sou seu senhor!