quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Peço perdão ao pai de toda inspiração

Musagetes

Apolo flamejante, império do poeta
Relíquia áurea de luz que tanto reneguei
Embora a ingratidão não me nega tua seta
Embora Dioniso, o risivel amei

Se quero a embriaguez de uma poesia extática
Não sou capaz de não dar a ti tua vez
Se quero a sensatez sem a lírica errática
Dioniza-se você, qual gêmeo siamês

Mas quando a voz azul da Musa chega ao tal
Ponto de elogiar as raízes da arte
Só ao flóridoce mel do dendrítes carnal
Minha poesia traz sua glória e sua parte

Não posso agradecer, de tão humilde e fraco
E quão menos seria sem teu lustro farol
Acende em mim tua musa; ascende, mestre baco!
E luz-me a perfeição divina de teu sol



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