sábado, 12 de fevereiro de 2011

Entre um desabafo e um acesso

Algo mais


Grande gralha glutã, gorda gástrica e orgástica
Antes febre terçã a teu devorar mefítico
Egófaga tão vã, tão platônica e plástica
Egoteísta vil, fanática suicida
A tua razão é só consolo paralítico
Para não virar pó é que és sempre inelástica
Disfarça um paletó o seu cerne raquítico

Sorve seu próprio sal, obsessa, cega, cética
Destexturiza o mal, endeusando o diálogo
Seu problema é pueril, sua solução fingida
Sempre à fuga mental de que o fim é um catálogo
Sonha em não tê-lo, qual divindade hipotética

 Viciada em Algo Mais, que lhe é axiomático
Esconde seu vazio, fecha os olhos e olvida
A criatura que o faz, mundo pseudo-pragmático...

é esse Egologro hostil que os homens chamam vida

Um comentário:

  1. forte.

    tomamos o nome de um algo (mais) tanto em vão que logo diremos que vivemos, e felizes. mas enquanto houver poesia haverá véu rasgado e a verdade das palavras. assimilo teu poema a meu modo, tentando entender o seu.

    continuo contigo neste blog. saudades, meu caro!

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