Algo mais
Grande gralha glutã, gorda gástrica e orgástica
Antes febre terçã a teu devorar mefítico
Egófaga tão vã, tão platônica e plástica
Egoteísta vil, fanática suicida
A tua razão é só consolo paralítico
Para não virar pó é que és sempre inelástica
Disfarça um paletó o seu cerne raquítico
Sorve seu próprio sal, obsessa, cega, cética
Destexturiza o mal, endeusando o diálogo
Seu problema é pueril, sua solução fingida
Sempre à fuga mental de que o fim é um catálogo
Sonha em não tê-lo, qual divindade hipotética
Viciada em Algo Mais, que lhe é axiomático
Esconde seu vazio, fecha os olhos e olvida
A criatura que o faz, mundo pseudo-pragmático...
é esse Egologro hostil que os homens chamam vida